All these thoughts locked inside.
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Sentimentos, pensamentos, sonhos, desabafos ou simplesmente relatos de lembranças que eu possua... e das que eu não possuo também... coisas que muitas vezes as pessoas não querem ouvir, e você, muito menos, quer falar.

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terça-feira, 24 de março de 2009, 20:17

Peguei a pequena caixinha de veludo escondida entre as suas roupas amassadas no armário. Em minhas mãos, a analisei; mil coisas se passaram pela minha cabeça. Todos esses dias, essa agonia. Será isso mesmo que ele estava tão ansioso para me contar? Ele enfim tinha percebido? As coisas finalmente se encaixariam agora? Abri a pequena caixa e achei dois pequenos anéis cor de prata com pequenos ramos desenhados de dourado envolvendo ambas. Analisando-as ainda em êxtase, li o nome dele grifado dentro de uma delas, tal como em meu coração. Do lado, a frase que sempre falávamos. Aquilo que ele sempre dizia pra mim, pra tudo: 'meant to be'. Eu sempre soube... na verdade foi o que eu sempre pensei sobre nós dois. Então, peguei a outra aliança. Senti meu olho umidecer e vi as imagens se embaçarem repentinamente na minha frente ao ver que o nome gravado no interior da outra aliança, não era o meu. Eu podia me ver jogando aquilo janela à fora, jogando todas as coisas ao meu alcance contra à parede. Podia me ver dando socos no peito dele, perguntando, gritando: 'POR QUÊ!?'. Eu poderia ter feito isso. Mas não... não fiz. Ouvi passos subindo a escada. Limpei as lágrimas que escorriam pela minha bochecha e os olhos que teimavam em não secar. 'Você descobriu sozinha... como sempre' ele falou e sorriu torto, 'Então, o que você acha? Ela vai gostar?' Disse ele esboçando aquele sorriso. O MEU sorriso, que eu tinha a plena certeza, até poucos minutos atrás, ser só meu. Sem encará-lo nos olhos, e tirando as forças de algumas lembranças, esbocei um sorriso 'É claro que vai, Harry. Claro que vai' mas acho que ele percebeu que eu estava quieta demais, ou então, viu mesmo o vazio no meu olhar. Talvez ele ainda me conhecesse um pouco, depois de todos esses anos. Éramos melhores amigos afinal. 'O que houve pequena? Não está feliz por mim?' senti pouco de desapontamento em sua voz. 'Sim, eu fiquei! Claro amor!' fingi exaltação. Menti 'Eu só... só tô com medo' falei voltando e encarando meus pés. Não conseguia esconder tudo, no final das contas. 'Medo do quê?' Ele perguntou como se não soubesse... Como era possível ele não saber?! 'De perder você!' Fui sincera, pelo menos em parte, pela primeira vez em muito tempo. 'É disso que eu tenho medo! E eu sinto que isso tá acontecendo, Harry!' pude sentir o sal das lágrimas que começaram a escorrer pela minha bochecha e parar em minha boca. 'Aaaah pequena, não fale isso, você nunca vai me perder, você é minha melhor amiga! Eu pensei que você acreditasse em mim. As coisas não vão mudar!...' Ele falou olhando em meus olhos vermelhos e provavelmente inxados. Então, se aproximou e me abraçou forte, '...Nunca...' ele disse e então beijou minha testa. Me reconfortei por um momento. Eu sabia que no fundo aquilo não era verdade, mas como fiz em quase toda minha vida, me apeguei a isso pra poder levar a diante um pouco mais, mesmo não sendo exatamente o que eu queria ouvir. Eu acho que ele nunca vai saber. I've learned the hard way to shut my mounth and smile. Eu não sei por quanto tempo isso funcionaria, mas continuaria a fazê-lo até não ter mais forças suficientes. Eu não sabia se aquilo era mesmo o fim. Deveria desistir? Acho que não tinha muito mais pra salvar. Eu estava caindo, gritando por dentro. Um misto de coisas que fermentavam dentro de mim, criando uma bomba relógio que nem mesmo eu sabia quando iria explodir e eu simplesmente não podia fazer nada pra evitar. Stuck in the same old nightmare. Get me out of here.


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quarta-feira, 18 de março de 2009, 20:06

Suas palavras hoje me fizeram perceber coisas que até hoje não percebi, ou não quis perceber apenas pelo medo. O medo de te perder, sendo que na realidade, nunca te possuí; Na maoiria das vezes vemos a situação apenas do nosso ponto de vista: 'Oh, o mundo é realmente injusto com quem se importa', mas será que estamos sendo justos com nós mesmos? Suas palavras me fizeram perceber que era ao nada que eu me segurava, mas ainda assim, é difícil simplesmente deixar ir. Mas agora é a hora, a hora de erguer a cabeça, calçar meus sapatos e seguir em frente. Deixar para trás o que realmente não importa, pegar apenas o necessário e caminhar em busca do meu nascer do sol. E não olhar pra trás. Nunca. Don't look back before you go. Just don't look back.


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domingo, 15 de março de 2009, 17:57

Olho no espelho vejo um olhar vazio, mas já estava acostumada a ele há algum tempo; Acordei atrasada, com uma estranha vontade de vomitar. Eu estava com medo, medo de encarar que certas coisas estavam realmente acontecendo. Acho que depois de um tempo você se acostuma com a condição de conformidade; cria automaticamente uma barreira pras coisas te fazem mal, e mesmo que elas atravessem essa barreira, te atinjam e até muitas vezes te derrubem, você aprende a levantar, sorrir e dizer: não foi nada de mais. Você sabe que as coisas não são desse jeito, mas mesmo assim tenta esconder isso dos outros, e pior, de si mesma, guardando tudo dentro de uma gaveta em algum lugar dentro de você. Mas você sabe, essas coisas, pequenas ou grandes, ainda estão lá, elas não vão sumir dali sozinhas. Uma hora você percebe que a gaveta está amarrotada e você não é capaz de fazer nada para esvaziá-la, mesmo sabendo que não cabe mais nada lá dentro. É o copo transbordando, a caixa que não fecha mais, a mente cansada. A conformidade pode ser bem útil, mas ela pode causar muito mal quando você se acostuma com ela. Afinal, fica tudo mais fácil, não fica? E ainda tem o medo. Ele que faz você pensar duas vezes antes de encarar as coisas dentro dessa gaveta. A conformidade faz você pensar que toda mudança é ruim, que mudança só te traz perda, só te traz dor. Você pode até saber que não são desse jeito sempre, mas mesmo assim, você tem medo de arriscar. A conformidade é o que diz o nome, se conformar. Se conformar com o que você tem mesmo não sendo o suficiente, por que melhor isso do que nada, não é? No final das contas, você descobre que a conformidade tem outro nome: covardia. Covardia até para ser feliz.


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